sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O poeta
Vai-te para longe de mim, hora.
O bater de tuas asas me excrucia.
Mas de minha boca, que fazer agora ?
e da minha noite ? e do meu dia ?
Eu não tenho amada nem abrigo,
sequer um lugar para viver eu tenho.
Todas as coisas em que me empenho
tornan-se opulentas e acabam comigo.

Rainer Maria Rilke
Tradução José Paulo Paes

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